O envelhecimento é o resultado de interações ambientais e genéticas, sendo inerente aos seres humanos. Alguns estudos mostram que o processo de envelhecimento se inicia silenciosamente a partir dos 30 anos. A partir de então, começa a perda progressiva das nossas funções fisiológicas.
Os sinais do envelhecimento são percebidos com o avançar da idade, quando podem surgir as morbidades crônicas, como as doenças metabólicas, cardiovasculares, neoplásicas e neurodegenerativas.
Além disso, com a idade mais avançada, também é possível perceber as fragilidades esqueléticas e a perda de algumas funções importantes.
Por ser inevitável, a ciência se debruça há anos sobre estudos que buscam entender os mecanismos do envelhecimento humano.
Apesar de ainda não existir um medicamento 100% eficaz contra o envelhecimento, há um notável progresso de cientistas no aumento da expectativa de vida através de intervenções genéticas, dietéticas e farmacológicas.
As descobertas mais atuais mostram que a Metformina pode ser uma forte aliada no combate ao envelhecimento, prolongado nosso tempo de vida.
Seria o primeiro medicamento antienvelhecimento descoberto pela ciência? Neste artigo, nós vamos te apresentar tudo que já foi descoberto sobre a relação da metformina e o processo de envelhecimento humano.
A metformina é um hipoglicemiante oral utilizado no tratamento da Diabetes tipo 2. O medicamento ajuda a controlar a glicemia (taxas de açúcar no sangue) de pacientes que possuem a doença.
No mercado desde 1950, o medicamento é o principal fármaco indicado para o tratamento da Diabetes tipo 2.
Em estudos mais recentes, tanto a metformina como a rapamicina, um medicamento imunossupressor, demonstraram efeitos substanciais antienvelhecimento e anticancerígenos em uma variedade de organismos modelo.
No entanto, cada um enfrenta problemas com a aprovação de seu uso sem prescrição médica e para uso profilático, pois ambos têm efeitos colaterais conhecidos e são medicamentos regulados para indicações de doenças existentes e não como droga de uso estendido.
A metformina está disponível como um genérico de baixo custo. Um mecanismo pelo qual a metformina funciona é ativando a AMPK, uma enzima dentro das células que reduz o açúcar no sangue, promovendo a utilização de energia.
A ativação da AMPK tem efeitos amplos que vão muito além do controle do açúcar no sangue. Estudos mostram que aumentar a atividade da AMPK pode prevenir e, até reverter, algumas morbidades ocasionadas pelo processo de envelhecimento, como as doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neurodegenerativas e câncer.
Além disso, há um estudo muito promissor chamado TAME (Targeting Aging with Metformin), traduzido para o português seria: Ensaio do Envelhecimento com Metformina. O projeto está sendo desenvolvido nos Estados Unidos e inclui uma sequência de ensaios clínicos, com o objetivo de investigar os efeitos da droga no processo antienvelhecimento.
O TAME conta com o apoio de 14 instituições de pesquisa norte-americanas que, durante seis anos, acompanharão mais de três mil indivíduos, com idades entre 65 e 79 anos.
Estudos mostram que a metformina atua aumentando a atividade da AMPK, um regulador metabólico mestre que favorece a queima da gordura e do açúcar.
Como a AMPK é relevante em todos os tecidos, isso torna a metformina muito útil na redução dos desequilíbrios metabólicos em todo o corpo.
Além disso, fortes evidências já sugerem que a metformina, por meio de seus efeitos protetores e propriedades ativadoras de AMPK, pode ajudar a prevenir o câncer, as doenças cardiovasculares, a obesidade e até distúrbios neurodegenerativos.
Sendo assim, a droga pode bloquear ou diminuir muitos dos fatores fundamentais que aceleram o envelhecimento. Estes incluem proteção contra a glicação de danos no DNA, função mitocondrial deficiente e inflamação crônica.
Alguns estudos demonstraram que a metformina pode facilitar o reparo do DNA, o que é fundamental para a prevenção do câncer. Ao atacar esses processos degenerativos fundamentais, ela pode prevenir o desenvolvimento das doenças mais preocupantes do envelhecimento.
Ela também demonstrou aumentar a produção de moléculas de sinalização, conhecidas por promover a longevidade nas células, como mTOR e AMPK – responsáveis por reduzir o armazenamento de gordura e açúcar e aumentar o funcionamento da juventude no nível celular.
Em animais a substância também se mostra eficiente no antienvelhecimento. Alguns estudos apontam que, ao ativar a AMPK, a metformina afeta especificamente a vida útil.
Por exemplo, lombrigas tratadas com metformina têm maior atividade de AMPK e vivem em média 20% mais do que animais não tratados com a mesma.
Já em camundongos descobriu-se que a metformina pode prolongar a vida do animal em até 6%, quando comparado ao grupo controle.
Diante desses achados, em um futuro próximo, a metformina pode ser considerada uma droga antienvelhecimento de amplo espectro.
A metformina é conhecida por interferir na absorção de vitamina B12, aumentando o risco de deficiência da mesma. Níveis baixos da B12 contribuem para concentrações mais altas de homocisteína, que obstrui as artérias – um fator de risco independente para doenças cardiovasculares.
Além disso, as pequenas quantidades de vitamina B12 e outras vitaminas do complexo B encontradas em suplementos comerciais geralmente não são suficientes para compensar esse problema.
Pacientes que usam metformina devem garantir a ingestão de pelo menos 300 mcg de metilcobalamina (forma ativa da vitamina B12) e devem verificar seus níveis de homocisteína para garantir a proteção adequada.
Alguns estudos também sugerem que a metformina pode reduzir os níveis de testosterona livre e total em homens. A queda de testosterona em homens é prejudicial em vários aspectos, especialmente, para os diabéticos, pois isso aumentaria a sensibilidade à insulina.
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Os efeitos colaterais associados ao uso de metformina incluem desconforto gastrointestinal ou um leve distúrbio do paladar, geralmente um sabor metálico. A metformina pode causar acidose lática grave, um acúmulo de ácido lático no sangue.
Se você usa ou está considerando utilizar o medicamento, consulte seu médico, tome suas vitaminas do complexo B e verifique periodicamente sua função renal, níveis de homocisteína e, nos homens, testosterona livre e total.
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