Existem em média 85 mil produtos químicos produzidos pelo homem no mundo, muitos dos quais a população em geral entra em contato diariamente. No entanto, apenas cerca de 1% desses compostos foram avaliados quanto à segurança, apesar de terem um alto potencial nocivo à saúde humana.
Dentre estas substâncias, estão os desreguladores endócrinos (DEs). Alguns estudos sugerem que os DEs interferem diretamente no funcionamento do sistema endócrino, sendo responsáveis por algumas causas de obesidade, além de acarretarem deficiências congênitas, tumores, problemas reprodutivos e outros efeitos adversos.
Os DEs também podem ocasionar o desenvolvimento de: diabetes mellitus, dislipidemias, distúrbios da puberdade, alteração da função testicular e doenças da tireoide.
Outra pesquisa realizada pela Endocrine Society aponta que os efeitos de certos desreguladores endócrinos podem até mesmo se propagar por gerações, sinalizando a necessidade de maior conscientização pública e medidas de precaução para evitar a exposição.
Os desreguladores endócrinos são substâncias químicas presentes no ambiente, naturais ou sintéticos, que podem causar alterações no funcionamento do sistema endócrino, tanto de humanos, quanto de animais.
Segundo a Endocrine Society, os DEs são substâncias químicas exógenas (externas) ou a mistura delas, que afetam o funcionamento do nosso organismo.
Os DEs constituem uma grande preocupação dos órgãos de saúde, pois estão presentes em todos os locais. Tanto em casa, como nos outros ambientes que frequentamos, estaremos expostos a eles.
Algumas substâncias utilizadas na fabricação de alimentos são classificadas como DEs, assim como alguns produtos químicos utilizados no tratamento da água que ingerimos.
Os DEs também podem ser transferidos da gestante ao feto via placenta, ou para o lactente através do leite materno.
Devido à onipresença dos DEs no mundo moderno, muitos indivíduos vivem em estado de constante exposição química. Embora o nível de desreguladores endócrinos considerados seguros para exposição ou consumo ainda não tenha sido estabelecido, sabe-se que a exposição contínua – mesmo em níveis baixos – pode perturbar significativamente o sistema endócrino.
Ainda que muitos desses produtos químicos possam não produzir diretamente efeitos colaterais negativos imediatos após a exposição inicial, eles podem ter um efeito cumulativo ao longo da exposição repetida ou prolongada.
Apesar dos esforços generalizados para minimizar o uso de DEs na produção e fabricação de produtos, muitos ainda contêm tais compostos. Pesticidas, recipientes de plástico, xampus, fragrâncias, certos alimentos e produtos de higiene pessoal são itens domésticos que podem representar risco de exposição aos DEs.
Confira abaixo a lista de principais produtos que podem causar exposição aos DEs:
Devido aos riscos significativos à saúde associados aos DEs e ao crescente corpo de pesquisas que os confirmam, é essencial minimizar ao máximo a exposição química aos mesmos.
Para isso, é necessário verificar cuidadosamente os rótulos dos produtos e alimentos, comprar itens orgânicos quando possível e usar produtos naturais para a limpeza da casa e para os cuidados pessoais.
Além disso, alimentos em recipientes de plástico não devem ser levados ao micro-ondas, pois mais produtos químicos nocivos serão liberados sob altas temperaturas.
Por fim, opte por vidro ou aço inoxidável em vez de recipientes de plástico e evite o plástico descartável. Estas atitudes podem minimizar significativamente a exposição a produtos químicos, além de contribuir para a preservação do meio ambiente.
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Muitos produtos e alimentos contém substâncias que podem aumentar a exposição aos DEs, por isso é importante ficar atento aos rótulos e tipos de embalagens que você usa na sua casa.
Apesar de esses produtos químicos não produzirem diretamente efeitos colaterais negativos logo após a exposição inicial, podem ter um efeito cumulativo ao longo da vida.
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